29.8.07

Bem-vinda, Profª Conceição!

Ontem, a professora Maria da Conceição Tavares voltou a dar aula pública, o que é uma ótima notícia para todos que, como eu, nas últimas quatro décadas, aprenderam a admirá-la por sua lucidez, coragem e fala sem "papas na língua"!

Percebi, na reportagem realizada pela Folha de São Paulo, que ela ainda não encontrou melhor explicação para o "aquecimento" da economia brasileira (e a forte demanda por bens de consumo duráveis e não duráveis, acrescento eu) que vá além da oferta de crédito (com maior prazo de pagamento, MG) e do maior poder de compra do salário mínimo.

Eu achava que -um pouco afastado da economia macro no último decênio, lidando mais com questões ambientais - não estava conseguindo discernir bem o que está se passando. Essa declaração da Conceição foi um grande alívio para mim, que estava me sentindo obnubilado, enferrujado.

De acordo com reportagem de Janaína Lage, na FSP de hoje, 29.08.07, Conceição afirma que "o país está vivendo um ciclo de crescimento desde 2006, com aumento do crédito e do salário mínimo. Esses fatores reativaram o mercado interno, mas, segundo ela, ainda restam dúvidas sobre o modelo de desenvolvimento do país, principalmente com os gargalos na infra-estrutura."

Leal ao presidente da República e ao seu partido, ela procura uma comparação engrandecedora para a paralisia governamental, ao afirmar que o "PAC vai rastejando assim como as metas de JK [de fazer o pais "avançar 50 anos em 5".] rastejaram no começo".

A falta de um Plano, de uma proposta de futuro para o País, não mereceu críticas da querida professora, como certamente ocorreria no passado. Para compensar, muito pessedista mineira (!!) afirmou, de acordo com a citada repórter, que "Sem a solução para os gargalos ... fica difícil antever o cenário de longo prazo ... e que ainda não é possível prever se a reativação do mercado interno é um ciclo de curta expansão ou duradouro.

"Isso aqui não é a Argentina ou o Chile", afirmou, em referência à hipótese de desindustrialização, certamente com seu tom de sempre, sem se preocupar com as questões partidárias ou da diplomacia.

Mais uma vez, bem-vinda, professora Conceição, não volte a ficar quieta e que sob seus holofotes volte a iluminar seus eternos alunos!

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