19.9.07

O Rato que Ruge, lembram-se do filme?

Bravatas era o que ouvíamos no passado, sem saber que o eram.
Agora, o que será?
De acordo com a FSP, o presidente da República disse, ontem, em encontro dos povos da floresta, que "todo mundo precisa saber que a Amazônia tem dono", e que "aquilo não é terra de ninguém".
Por que ele não diz isso pros grileiros, ou pelo menos não manda a Polícia Federal fazer isso em nome dele?
Outro dia mesmo, juntaram-se os chefes dos poderes Executivo e Legislativo de Juína, no Mato Grosso, com o beneplácito/vista grossa da PM do governador Maggi, e revogaram a Constituição Federal, expulsando ativistas do Greenpeace e jornalistas europeus que o acompanhavam. Revogaram o "direito de ir e vir". O que os expulsos queriam ver? a convite dos índios, iriam visitar uma terra indígena ameaçada de grilagem pelos fazendeiros locais.
Segue o jornal: "Ele falava que no próximo fim de semana irá aos EUA discutir questões climáticas. E desabafou: "eu tenho me recusado a aceitar lições que qualquer governante tem de dar ao Brasil de como preservar as suas florestas".
Engrossar a voz "pros EUA", aqui, e sabendo que ninguém lá presta atenção ou dá valor a falas demagógicas, é fácil (quem viu o grande filme "O rato que ruge"? a grande pergunta era: e se nós ganharmos a guerra, que faremos?).
Difícil é dizer pros grileiros nacionais que aquilo lá "não é terra de ninguém"...

Um comentário:

Maurício Galinkin disse...

Para quem nunca ouviu falar do filme:
"O rato que ruge" é o título em português de "The Mouse That Roared", de 1959, excelente comédia de Jack Arnold, com Peter Sellers (para vairar fazendo dois papéis) e Jean Seberg.
Em um mítico lugar chamado Fenwick (que poderia ser qualquer republiqueta das Américas), a Duquesa e o Primeiro Ministro (ambos interpretados por Peter Sellers) bolam um plano para evitar a bancarrota. Declaram guerra aos Estados Unidos, contando ser derrotados e receber muita grana em auxílios de reconstrução pós-guerra (algo como o Plano Marshall, que reconstruiu a Europa pós 2ª grande guerra). Sellers desembarca em Nova York, cujas ruas estão vazias devido a um raid aéreo. Captura, por acaso, um cientista que detém uma bomba bilhões de vezes mais mortífera que a bomba H. Acontece, aí, o que não estava previsto nos seus planos: os EUA são forçados a renderem-se.
Vale a pena procurar nas locadoras e se preparar para chorar muito de tanto rir. Imperdível!